O consumo cultural e a troca de valores.

(...) "Um deles deveria ter uns 17 anos, usava um conjunto de moleton da Nike branco, desse que os bacanas vestem quando fazem cooper na lagoa Rodrigo de Freitas ou no Morumbí. Usava cordões e relógios vistosos (só não sei se era de marca famosa porque não sou muito antenado nestas coisas). Pareciam estar bem alinhados com a moda. Aliás, o que os jovens das comunidades mais querem é ser igual aos que vivem fora dela, e os fora-da-lei acabam tentando ser o espelho dos que moram fora do morro. E o mais ilógico, é que os de fora do morro, de alguma maneira, tambem querem xerocar a linguagem dos fora-da-lei."
trecho do relato de Celso Athayde no livro Cabeça de Porco.

Cai mais um pilar de nosso sonho

"Nunca me preocupei com rótulos. O rótulo de radical, conciliador, não tem nenhum sentido para mim, como não tinha sentido me chamarem de comunista no passado. O que importa é a prática política; o que importa são os posicionamentos que se tomam ao lado de determinadas camadas sociais em defesa de teses que interessam à nação como um todo".
(Miguel Arraes - Deputado Federal pelo PSB e foi três vezes governador do estado de Pernanbuco)

Síntese do atual governo PTista*

"A tomada política do poder não implica o êxito revolucionário".
* por Glauber Rocha in Eztetyka do Sonho

Para ler, reler e reler.

"Quanto mais saber, maiores poderes; eis um enunciado estratégico. A tolice brasileira confunde ciências com firulas sem utilidade social. Interessa aos donos do planeta manter o erro: quanto mais os pobres se afastam das ciências e das técnicas, sem manipular armas intelectuais, melhor. Em vez de cálculos e da poesia, das máquinas e das encenações teatrais, das informações históricas e geográficas, da música e do cinema que os ameaçariam, importa às supostas elites fornecer às massas apenas o plano doméstico das novelas. A recusa de permitir que os “negativamente privilegiados” adquiram saberes não melhora o intelecto dos ricos”.

(Palavras de ROBERTO ROMANO sobre o espetacular livro "Cabeça de Porco" de Luiz Eduaro, Celso Athayde e MV Bill)

Dicas de Xico Sá (in, Bravo ed. 94)

"Lembre- se, escribas, musas, bêbados, equilibristas e distinto público: as pedras imperiais do calçamento de Parati são inimigas natas dos grandes porres e do salto alto, seja ele do prório sapato ou do ego inflado, ego-agulha, escorregadio, traiçoeiro, pontiagudo.

(...)

Evite apenas as perguntas do tipo "qual o seu processo de criação?" O resto vale, inclusive "por que você escreve?". Uma bem esperta, anote aí, para encontrarmos de vez, nesse velho oeste do gênero, o culpado: "quem é o facínora responsável, de fato, pela crise do romance?"

(...)

Nas palestras, principalmente nas primeiras fileiras, siga a comédia da fama: faça cara de conteúdo, mesmo se não estiver entendendo patavinas. Testa ligeiramente franzida, óculos rapidamente largados sobre o nariz, mão sobre o queixo, à moda Rodin... Pronto. É tudo o que as câmeras de TV carecem para um belo close no telão do evento".

Pequena homenagem a esta linda Terra.

"Creo que una forma de felicidad es la lectura; otra forma de felicidad menor es la creación poética, o lo que llamamos creación, que es una mezcla de olvido y recuerdo de lo que hemos leído."
(J.L. Borges)