Rabiscos sobre certezas em constantes metamorfoses

rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas; rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não sua ira. (R. Nassar)

Nome:

uma mistura de todos vcs.

19 março, 2007

O olho é o ovo do verbo*


"Começaram os delírios. Minha casa cercada por palavras assassinas. Chuva de vírgulas nas goteiras do telhado. Reticências atiradas contra as vidraças. Pontos finais molotoves explodindo no chão do quarto. Dois pontos enlouquecidos algemando minhas pernas. A porta veio abaixo com a cabeçada da exclamação e, todos aqueles sujeitos arrastaram-me nu pelas ruas, enquanto das janelas os adjuntos atiravam objetos diretos contra mim. Varias vezes fui ao chão com o peso da interrogação que me fizeram carregar nas costas. Isso quando eu não pisava no rabo de alguma cedilha e tomava uma rasteira. Em praça pública fui julgado e condenado. Pregaram acetos agudos em meus pés e mãos e em minha cabeça enfiaram uma coroa de asteriscos. Durante três semanas fizeram rodas em minha volta, até que meu corpo foi secando e acordei me afogando na poça de suor sobre a cama.

Era domingo. Fazia Sol.

Eu estava vivo e meu espírito ressolava dentro de mim como uma melodia. Lavei o rosto, tomei o café, comi o pão, tirei a roupa do varal, aguei as plantas e sentei na manhã do meu quintal onde comecei a escrever minhas primeiras memórias para a humanidade."


* Texto escrito pelo EXCELENTE Gero Camilo, publicado na revista Bravo nº 115

05 março, 2007

SUA POESIA*

SUA POESIA TEM UM "Q" FEROZ.
ADOCICADO POR UM CORACÃO,
CONFLITANDO ETERNAMENTE ENTRE O BELO E O MEDONHO.
TRANSITANDO SEMPRE NAS VIELAS E GALAXIAS MENTAIS
DRAMAS REAIS, MEMÓRIAS ANCESTRAIS,
TUDO.
NADA QUE NÃO SEJA POEMA.
ALMA QUE O CORPO ALMEJA.
TERRA QUE NAVIOS VELEJAM.
ROSTOS QUE NOS FLASH`S GRACEJAM,
TRAQUEJAM,
E, VEJAM!

(Arqueiro)

* Palavras de James Lino para Pedro Gomes